16 de novembro de 2007

A crise

Há coisas com que os portugueses aprenderam a familiarizar-se: com a internet, com os telemóveis e com a crise.
Muitos tratam a crise já por tu e esta até lhes serve de conversa nos momentos de quebrar o gelo. Como o tempo...
«'Tá frio hoje, não 'tá?»
passou agora a ouvir-se
«Isto anda mesmo mau» ou « Assim é que a gente nunca mais anda pá frente!»...
O problema é que enquanto andamos todos distraídos a pôr a culpa na crise, a crise toma conta de nós e depois é que nunca mais saímos dela.
Isto tudo para dizer que temos de olhar o futuro com optimismo, porque o pessimismo sempre foi alimento para estas "vacas magras"...
Muitas famílias podiam ter evitado as desgraças que lhes aconteceram se tivessem olhado para as despesas ao mesmo tempo que olhavam para a carteira... É que enquanto punham a culpa na crise, tentaram disfarçar a sua própria falta de definição de prioridades e a sua vida acima das possibilidades.
O pessimismo só chega na altura de pagar as contas, quando chega a prestação do empréstimo - aí a culpa é do raio da crise!!!
Eu digo, às vezes é... mas em muitas «olhe(m) que não»!!!

1 comentário:

Anónimo disse...

A "crise" é um problema de prioridades enraizada na nossa cultura. No documentario do Antonio Barreto e da Joana Pontes ficou demonstrado isso de forma muito interessante. Se antes eramos pobres sem sapatos, automóveis mas com uma casa, hoje temos sapatos mas a casa e o carro não são nossos. São do banco! O que quero dizer é que os portugueses não vivem melhor que os nossos avós. O acesso aos produtos está mais facilitado e isso cria uma ilusória noção de qualidade de vida, de "riqueza".
A questão da crise é uma questão de prioridades e só se resolverá quando as pessoas soberem decidir em função das prioridades.