Curioso... Especialmente se atentarmos no "big bang" da matemática nas nossas vidas:
- as somas, multiplicações e muitas subtracções com os Euros do ordenado;
- os (míticos) 3% do défice;
- as vítimas num desastre de viação;
- os mortos num atentado terrorista.
Estes são números com os quais todos estamos familiarizados, números com história, mas sem rosto. As pessoas, elemento fundamental da sociedade, reduzem-se a algarismos.
Porquê?
Porque dói muito mais pensarmos nos que contam os tostões, nos que procuram desesperadamente um meio para trabalhar, porque o despedimento lhes bateu à porta para que se cumpram as metas comunitárias do que num número. Tudo seria pior ainda se víssemos os rostos dos que choram pelas vítimas. Imaginem um número igual ao das vítimas, mas de famílias de luto.
Acho que o recurso aos números é uma técnica útil para disfarçar... e até temos desculpa, afinal, não somos nada bons a matemática...
4 comentários:
Seis posts em outros tantos dias é obra! Anda quase na média do abrupto!:P os meus mais sinceros parabéns.
outro comentário, que peço que me perdoes o desabafo e a impertinência mas... não achas que já chega de sermos o país do fado e do "vai-se andando?!
baci
Obrigada pelo comentario, mas acho que o número se deve à fervura da novidade. Quando esmorecer, talvez demore mais a aparecer um post novo.
Os comentarios não se perdoam, respeitam-se.
A minha resposta é que sim, que chega, mas que há coisas na reforma das mentalidades que os portugueses estão a esquecer... e penso que por muito que nos equiparemos ao resto da Europa e do mundo, nunca poderemos ser tão frios como eles. Porque o fado faz parte de nós e é disso que não nos podemos esquecer...
Então que ebulição da coisa nova se mantenha por muito tempo.
O meu fado não era o da canção de raiz colonial, tão portuguesa , que a todos nos aquece o coração, mas sim, à fatalidade, ao agoiro e ao vaticínio a que nos rendemos.
Recomendo-lhe uma leitura ligeira! O livro " nacional e transmissivel" de Eduardo Prado Coelho. É uma lista do que nos torna especiais e portugueses. Coisas tão nossas como a cunha, o senhor doutor, a roupa estendida na rua ou o pastél de nata. Acho que ia gostar, especialmente se o ler ao som de rodrigo leão com um belo copo de quinta dos carvalhais 1996.
Porque não? Obrigada pela dica ;)!
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