23 de setembro de 2010

Happiness is an attitude

Desnudei-me. Expus-me. Mostrei-me a ti, como nunca tinha feito a ninguém, descobrindo as brechas que ficaram de outras batalhas e aquelas que tu próprio me infligiste.
Fi-lo na certeza louca de que concordarias comigo, de que me apoiarias como sempre, de que me farias ter a certeza de que nos meus olhos ainda bailam peixes verdes.
Mas não...
O teu silêncio envergonhou-me, ridicularizou-me. Sem perceberes, cravaste-me outro punhal mais fundo, na feridas (ainda) mal sarada de outrora, enquanto tentavas com beijos parar as minhas lágrimas rebeldes.
Não esperei, nunca poderia ter esperado isto. Mas como sempre, não passou de um momento, que vivi e deixei no passado. Sigo de corpo aguerrido para a frente, sempre para a frente, cada vez com mais certeza de que a razão não é minha, não está em mim, e que continuo a ser sempre muito (mais ou menos, não sei) outra coisa que não racional.
Hei-de lá chegar. Luto para isso. Todos os dias.
Afinal, "happiness is an attitude"!

27 de agosto de 2010

Out!

Queria fugir. Tomar-te pela mão, esconder-nos desta gente que me persegue, das obrigações, das cobranças, da falta de tempo, do trânsito, do telefone a tocar insistentemente, do brilho do computador, das viagens de trabalho, do cheiro daquele carro, desta vida insana que me consome por dentro e que te consome, parasitando-te através desse olhar doce com que me enrolas e acalmas.

Eu sei que não fugias assim. Mas queria raptar-te, não te dar hipóteses. Como ontem, aparecer à tua varanda a acenar com a mão, e ver o teu sorriso surpreendido. Saber que a pilha de papel que me espera na secretária lá estará amanhã à minha espera e eu não vou voltar, porque fugi. E saber que mal te contasse esta loucura, gargalharias e me darias um beijo doce enquanto me passas a mão pelo cabelo e me dizes que preciso de dormir com um ar sério, como quem ralha, um ralhete tão doce que sou capaz de dizer os maiores disparates só para garantir que me vais olhar e falar assim de novo!

Queria tudo isto, mas não posso... Está quase e não lhe chego. Está perto e está distante...
Preciso de sair daqui, preciso de fugir daqui, preciso de férias por tempo indeterminado.

Alguém sabe onde se dão?

13 de agosto de 2010

Sexta-Feira 13

Triscaidecafobia é um medo irracional e incomum do número 13. O medo específico da sexta-feira 13 é chamado de parascavedecatriafobia ou frigatriscaidecafobia.
Esta superstição pode ter tido origem no dia 13 de Outubro de 1307, sexta-feira, quando a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo rei Filipe IV de França; os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país e alguns torturados e, mais tarde, executados por heresia.
Outra possibilidade para esta crença está no facto de Jesus Cristo ter sido provavelmente morto numa sexta-feira 13, uma vez que a Páscoa judaica é celebrada no dia 14 do mês de Nissan, no calendário hebraico.
Recorde-se ainda que na Última Ceia sentaram-se à mesa treze pessoas, sendo que duas delas, Jesus e Judas Iscariotes, morreram em seguida, por mortes trágicas, Jesus por crucificação e Judas provavelmente por suicídio.
Além da justificação cristã, existem duas outras versões que provêm da mitologia nórdica que explicam a superstição. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí veio a crença de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça. Há também quem acredite que convidar 13 pessoas para um jantar é uma desgraça, simplesmente porque os conjuntos de mesa são constituidos, regra geral, por 12 copos, 12 talheres e 12 pratos.
Segundo outra versão, a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a frigadag, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada em bruxa. Como vingança, ela passou a reunir-se todas as sextas com outras 11 bruxas e o demónio, os 13 ficavam a rogar pragas aos humanos. Da Escandinávia a superstição espalhou-se pela Europa.

6 de agosto de 2010

Só de Sacanagem

"Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!"

by: Elisa Lucinda

2 de agosto de 2010

Memórias

Um surpreendente café ao luar...
Inesperado... quente e doce café ao luar...

Acompanhado de uma manta quente e acolhedora, porque no alpendre silencioso faz frio e ainda não é verão.

Um café que cheira a traquinice e ao mesmo tempo sabe a arrepio na pele, sabe a sussurro no ouvido, sabe ao silêncio de um cigarro a meias...

Entramos suavemente, para a penumbra, porque esfriou e toca uma música baixinho.

Silenciamo-nos para ouvir... e gentilmente, num abraço meigo, dançamos sem tempo, esquecendo-nos do espaço.

Nesse momento, antigo e sempre presente, recordo apenas a mão na minha, a minha cabeça apoiada no ombro, a respiração calma e o som... Jorge Palma

30 de julho de 2010

Liberdade!

Nunca pensei sentir-me tão livre...
Como num compromisso que assumimos juntos posso esquecer-me tão de mim e tão de ti, e não sermos nós, não pensar(mos) em nada, só sentir, só ser...

Ensinaste-me que isso era possível, não sempre, mas muitas vezes, noutros momentos de loucura em que me sussurraste apenas "sente". Mas o turbilhão imparável que me inunda, essa força incontrolável que a vontade de controlar apenas alimenta nunca deixou ser possível apenas sentir, apenas ser, sempre pensar.

Mostraste-me que era possível. Não sabias que era esse o resultado, na verdade, nunca pensaste que tinhas tomado parte nesta decisão, que tiveste influência, mas tiveste. Foi por ti, só por ti, e disse-to no momento final, no momento do clímax, da adrenalina no auge, disse-te e esperei que percebesses o quanto o fazia por ser contigo, por ser nosso.

E no entanto, mostraste-me que este nosso pode ser tão meu, ou melhor, tão vazio, tão livre, que não caibo, nem tu, nem nós. Mostraste-me o que já me tinhas descrito e nunca tinha vivido.

Mostraste-me afinal que posso ser como tu, ser-sentido, e não apenas ser-pensante, e que esse "sendo" apenas é possível, ainda que vazio de nós, porque estou contigo, porque nós voamos!

PS - Indescritível o vento a bater na cara, a levez no corpo e o chão, o meu chão, reduzido ao que é, pequenino, lá em baixo!

27 de maio de 2010

Preconceitos...

Os olhos vivos chamam a minha atenção. Assim como o sorriso e o "gingar" descontraído de quem não está "nem aí".


Vagueia alheio às atenções que vai despertando, enquanto bem atenta vejo que ela vai captando os olhares discretos em redor, tentando descodificar se são apenas para ele ou se são para ambos, e para o seu contraste evidente, e sorri como quem olha para isso mais como uma vantagem do que um problema.

O olhar dele não nota nada de estranho, mantém-se focado nas linhas do seu cabelo, envia beijos quentes para o seu pescoço, percorre desconcertantemente a linha do ombro que ela deixa de fora da blusa, absorto naquele momento só deles, invejosamente só deles, num equilíbrio impensavelmente lógico nas regras sem regras de quem ama.

Invejo a forma despreocupada como se ele mexe, o olhar absorto, o pensamento obstinado e o estilo de vida egoisticamente orientado para o seu desejo e paz interior, não notando o olhar crítico do preconceito social que tenta incansavelmente romper a barreira da felicidade que o amor criou à sua volta.

Sendo assim, é tão fácil ser feliz, contra tudo e contra todos!

10 de maio de 2010

21 de abril de 2010

Não lhe fales

"Um dia, o mais provável é tornares-te num chato, deixares de sair à noite e comerçares a levar-te demasiado a sério.
Nesse dia vais começar a vestir cinzento e beje, pedir para baixar o volume da música e deixar a tua guitarra a apanhar pó.
Vais tornar-te politicamente correcto, socialmente evoluído, economicamente consciente. Vais achar que tens de ir para onde toda a gente vai e assumir que tens de usar fato e gravata todos os dias. Nesse dia vais deixar de beijar em público, as tuas viagens serão mais vezes no sofá e dormirás menos ao relento. É oficial, vais entrar na idade do chinelo e deixar de ser quem foste até então, vais deixar de te sentar ao colo dos amigos e vais esquecer-te como se faz um quantos-queres ou um barco de papel. Vais ficar nervosinho se não trocares de carro de quatro em quatro anos e desatinar se o hotel onde ficares não te der toalhas para o teu macio e hidratado rosto.
Vais tornar-te muito crescido e começar a preocupar-te com tudo e com nada e a não fazer nada porque "vai-se andando" e a vida é mesmo assim.
Vais dizer não mais vezes, vais ter mais medo, vais achar que não podes, que não deves, que tens vergonha.
Vais ser mais triste.
Nesse dia, o mais provável é que também deixes de beber refrigerantes,
Aqui fica uma ideia: Quando esse dia chegar,
Não lhe fales."

Palmas para a campanha publicitária que mais me tocou nos últimos termos. Porque como disse alguém "nesse dia é tudo verdade"!

19 de março de 2010

NÃO...

Não gosto de injustiças.
Não gosto de perder tempo,
Nem de conversas intermináveis sem motivo nem assunto.
Não gosto de chuva.
Não gosto de côco.
Não gosto que me façam de parva,
Nem que me escondam verdades.
Não gosto de pessimismos.
Não gosto de egoísmos,
Nem de desrespeito,
Nem de telefonemas que não acontecem.
Não gosto de trânsito,
Nem que me observem enquanto estaciono.
Não gosto de gente inerte.
Não gosto de café frio.
Não gosto de falar de doenças, nem de sangue, nem de coisas que me põem nervosa...

Não gosto de tantas coisas...

Mas gosto de tantas outras mais!

Porquê de tantas coisas que existem me aparecem tantas destas que não gosto? :)

5 de fevereiro de 2010

Era do abate

Depois da resolução de ano novo assumida, o difícil é pôr em prática.

Para facilitar a minha tarefa, obrigar a minha preguiça e vincular-me, aqui escrevo que comecei hoje o meu plano de abate à gordurinha instalada!

Amigos, neste momentos todos têm título executivo contra mim, por documento de reconhecimento de dívida!

Se no verão não se virem resultados, lá terei de me vir aqui redimir! :)

21 de janeiro de 2010

Tô voltando!

Para ouvir em:
http://www.youtube.com/watch?v=YLDMJa72zDc


Magnífico sambinha!

20 de janeiro de 2010

Fotos

Há qualquer coisa de místico num flash nocturno de óculos escuros, misturado com um beijo maroto, e com um abraço despreocupado...
Há simplesmente uma essência que emana dessa lembrança como o cheiro do bolo de chocolate acabado de fazer ou do mar na ponta de Sagres e que me pinta o dia de azul mar e amarelo torrado, cores quentes doutros momentos doces, que hoje relembro num tom sépia, reservado às memórias mais sublimes!

18 de janeiro de 2010

Gosto de me encostar no teu ombro. Funciona como uma espécie de terapia em que não preciso de dizer nada, mas os pensamentos ruíns esvaem-se da minha mente, qual fio de prata escorrendo lentamente entre os meus olhos, colando-se ao ar, descolando-se de mim. Parece que por indução, pelo simples toque da tua pele quente, tudo corresse fora, em direcção à foz, para longe de mim, e deste leito onde me deito.

Sorris e beijas-me a fonte. E nesse beijo levas-me contigo, nesse carinho revolves-me por dentro, encontras-me escondida, pegas-me, reviras-me, revoltas-me, mas trazes-me paz, a tua paz. A Paz de quem não espera mais do que um olhar meigo, do que um sorriso enviado à distância, a paz de quem procura apenas estar, ser, e não correr, espernear e fazer.

Se os meus pensamentos escorrem pelo teu corpo, porque não pode essa paz colar-se por osmose à minha pele? Porque quero sempre mais, mais vida, mais doce, mais bulício, mais festa, mais paixão, mais e mais? E se sei que quero tudo isto, sempre, porque quero o seu contrário e simplesmente desejo ardentemente mais paz, a Tua Paz?

13 de janeiro de 2010

Fim

"As pessoas crescem, mudam e as suas prioridades também (...). Todas mudámos e para mim deixou de fazer sentido. A minha vida neste momento não é aí, mas espero que volte a ser. (...) é por pouco tempo e tenho de gerir bem esse tempo. (...) Lamento que a minha prioridade não seja estar com vocês as duas, mas na realidade há muito tempo que deixou de fazer sentido para mim. Nunca vos deixarei de falar e ficarei sempre feliz pelas vossas vitórias, e quando vos vir na rua, falar-vos-ei com carinho. Mas deixou de fazer sentido os jantares, os carnavais, e a amizade que tínhamos antes. Continuo a gostar de vocês porque fizeram durante muito anos parte da minha vida, mas há alturas em que cada um segue o seu caminho. É natural."

E assim, partiste. Como já sabia há muito tempo que tinhas ido, sem nunca ter acreditado que era mesmo isso que querias.

Já vi terminar muita coisa. Já vi muita coisa terminar solenemente, com aspecto oficial. Mas nunca tinham terminado comigo uma relação de amizade. Não assim, não a três, não sem razão, não por mensagem.

Foi pouco digno de nós...

Para conhecimento de todos, para que saibam que qualquer dia algum dos vossos amigos do coração quer simplesmente deixar de o ser, de todo.

Um comentário apenas: há coisas que a mim não me fazem sentido!