29 de dezembro de 2007

Ode à vida

Hoje, dia 20 de Dezembro de 2007, eu vivo...
Nós conjugamos "eu estou", "eu sou", "eu tenho", "eu vou", mas nunca "eu vivo". Porque estamos sempre a ser, a estar, a ir, e esquecemos que na realidade tudo se resume ao verbo primo que é viver.
Mas o mais curioso é que na verdade apegamo-nos muito mais à vida do que ao ser, ao estar, ao ter... No nosso íntimo, trocaríamos tudo isso só para poder viver o amanhã, ainda que sem ter, mesmo sem ir...
Normalmente esta consciência do "viver" só brota nos momentos em que, por alguma razão, temos contacto com o seu antónimo. Quando a doença, a velhice, um acidente, ou a morte de alguém próximo inesperadamente assaltam o nosso viver, que seguia tranquilamente o seu curso, perdido no meio de todos os outros verbos da nossa vida, tomamos, chocados, a consciência do quão importante é o viver e de como gostamos da vida!
A vida, porém, não são só rosas... E nos momentos dos espinhos a cravar no coração, quando a dor é forte e implacável, muitos perdem o amor a estas rosas, esquecem o cheiro da flor e o seu toque... e, no desespero, conjugam o verbo do avesso...
Que a vida seja sempre mais flor que espinhos para todos, para que perante os espinhos possamos sempre gritar "eu vivo" e tomar consciência da beleza pura e do valor incalculável da oportunidade de viver aqui e agora!

1 comentário:

Artur Coelho disse...

"É leve a carga que levamos com prazer."

Ovídio dixit...