29 de dezembro de 2007

Ode à vida

Hoje, dia 20 de Dezembro de 2007, eu vivo...
Nós conjugamos "eu estou", "eu sou", "eu tenho", "eu vou", mas nunca "eu vivo". Porque estamos sempre a ser, a estar, a ir, e esquecemos que na realidade tudo se resume ao verbo primo que é viver.
Mas o mais curioso é que na verdade apegamo-nos muito mais à vida do que ao ser, ao estar, ao ter... No nosso íntimo, trocaríamos tudo isso só para poder viver o amanhã, ainda que sem ter, mesmo sem ir...
Normalmente esta consciência do "viver" só brota nos momentos em que, por alguma razão, temos contacto com o seu antónimo. Quando a doença, a velhice, um acidente, ou a morte de alguém próximo inesperadamente assaltam o nosso viver, que seguia tranquilamente o seu curso, perdido no meio de todos os outros verbos da nossa vida, tomamos, chocados, a consciência do quão importante é o viver e de como gostamos da vida!
A vida, porém, não são só rosas... E nos momentos dos espinhos a cravar no coração, quando a dor é forte e implacável, muitos perdem o amor a estas rosas, esquecem o cheiro da flor e o seu toque... e, no desespero, conjugam o verbo do avesso...
Que a vida seja sempre mais flor que espinhos para todos, para que perante os espinhos possamos sempre gritar "eu vivo" e tomar consciência da beleza pura e do valor incalculável da oportunidade de viver aqui e agora!

23 de dezembro de 2007

Natal

Voltei após uns dias de intenso labor académico, em que estive imersa em frequências, notas e muito "stress", sem tempo para o básico, como sentar-me em frente ao PC para escrever um pouquinho.
A verdade é que acho que estes últimos dias queimaram os poucos neurónios que funcionavam, pelo que a inspiração também se desvaneceu.
Mas como esta época não se presta a grandes assuntos que não se reconduzam ao Natal, também não há grande problema, fale-se então do Natal.
Do Natal já muito ficou dito, por muita gente. Mas no fundo, o Natal assinala o nascimento de Jesus e é por isso que 2000 e tal anos depois andamos todos vestidos de vermelho e de barbas brancas, atarefados a gastar dezenas de euros por dia e a passar o tempo nas filas das caixas das lojas...
Espera, esta frase não faz sentido... Porque a causa não deveria levar a este efeito...
Pois é, que este Natal seja tempo de repensarmos quais os valores que devemos guardar no Natal, mesmo para aqueles que não são Cristãos e que se revêem nesta quadra familiar e de festa, e que a oferta de presentes possa ser um sinal de lembrança e partilha e que o Pai Natal possa ser o velhinho bondoso que nos lembra a necessidade de sermos bons e nos portarmos bem...
Feliz Natal para todos!!!

9 de dezembro de 2007

Carregar um mundo às costas...
























Ruas de Barcelona

2 de dezembro de 2007

Acordo modificativo da ortografia da língua portuguesa

Para todos os que não sabem, o Ministro dos Negócios Estrangeiros declarou que Portugal vai aprovar o acordo modificativo da Língua Portuguesa até ao final deste ano.
Este acordo alterará 1,6% da nossa ortografia.
Assim dito não parece chocante...
Mas vejam as alterações:
actual - atual
direcção - direção
pára-quedas - paraquedas
Sul - sul
fim-de-semana - fim de semana
baptismo - batismo
óptimo - ótimo
anti-religioso - antirreligioso
Dizem ainda numa petição on-line para ser entregue ao Sr. Ministro que hoje, húmido passarão a escrever-se oje e úmido, o que me repugna ainda mais do que qualquer outra alteração, mas esta não consegui confirmar em mais nenhum site.
Por ser contra esta alteração, deixo o link para que quem entender a possa também assinar

http://www.PetitionOnline.com/naoacord

Solidariedade Natalícia

Estamos na época natalícia, aquela época em que todos estão numa azáfama a preparar o Natal, as lojas estão cheias de gente que já compra os presentes e os enfeites e tudo se apronta para a grande data. A maioria nem sequer guarda no espírito o significado original do que é o Natal, mas guardará o significado que lhe quiser dar. Muitas pessoas vêem nesta quadra um pretexto para a solidariedade e para a caridade. Entregam-se a causas e colaboram com aqueles que precisam.
Ouvi no outro dia uma crítica que dizia sermos todos uns hipócritas, porque só nos lembramos dos "coitadinhos" dos sem-abrigo, dos órfãos, dos doentes, das crianças pobres nesta ocasião. Apontavam o dedo aos que aparecem na TV a dizer "eu já ajudei, e você?!", porque estavam a gabar-se e "numa de auto-promoção", aproveitando-se de toda esta situação.
Não posso deixar de discordar.
Primeiro, porque felizmente muitas pessoas se entregam a estas causas sociais 365 dias por ano e muitas destas iniciativas têm lugar noutras alturas, só que, como não é Natal, ninguém repara tanto. Veja-se o Banco Alimentar, que este fim-de-semana levou a cabo a sua recolha de alimentos, assim como o fez em Maio passado.
Depois, porque na azáfama do dia-a-dia é muito fácil dizer-se que não se tem tempo, que não se tem dinheiro, que não dá jeito, que fica para amanhã. E o amanhã nunca chega. É a verdade pura e dura e, infelizmente, desculpável. Aquele que critica é o primeiro a não fazer nada em altura nenhuma! O Natal é um pretexto para todos (Cristãos ou não) libertarem o lado humanitário e ajudarem os que precisam. Porque se todos nos lembramos, não é de criticar, é de louvar.
E acredito que aqueles que de uma forma honrosa se dedicam a isto com muito mais afinco, e em qualquer altura do ano, preferem que todos ajudemos quando é Natal do que não ajudemos nunca, porque fica para amanhã!