18 de janeiro de 2010

Gosto de me encostar no teu ombro. Funciona como uma espécie de terapia em que não preciso de dizer nada, mas os pensamentos ruíns esvaem-se da minha mente, qual fio de prata escorrendo lentamente entre os meus olhos, colando-se ao ar, descolando-se de mim. Parece que por indução, pelo simples toque da tua pele quente, tudo corresse fora, em direcção à foz, para longe de mim, e deste leito onde me deito.

Sorris e beijas-me a fonte. E nesse beijo levas-me contigo, nesse carinho revolves-me por dentro, encontras-me escondida, pegas-me, reviras-me, revoltas-me, mas trazes-me paz, a tua paz. A Paz de quem não espera mais do que um olhar meigo, do que um sorriso enviado à distância, a paz de quem procura apenas estar, ser, e não correr, espernear e fazer.

Se os meus pensamentos escorrem pelo teu corpo, porque não pode essa paz colar-se por osmose à minha pele? Porque quero sempre mais, mais vida, mais doce, mais bulício, mais festa, mais paixão, mais e mais? E se sei que quero tudo isto, sempre, porque quero o seu contrário e simplesmente desejo ardentemente mais paz, a Tua Paz?

2 comentários:

Frederico Costa(para quem sabe, Fredx) disse...

O texto está muito bem escrito e a apreciação sobre o mesmo é nota 20, em 100 lol. Texto muito bonito, muito bem escrito e carregado de significado e emoções. Gosto

Guacira Maciel disse...

Que texto poético e, ao mesmo tempo, real, verdadeiro...
Gostei muito. Porém, não exija demais...vc tem a essência...
Beijo,
Guacira.