26 de dezembro de 2008
13 de dezembro de 2008
telepaticamente falando
Tento resguardar-me no aconchego dum agasalho laranja, numa meiguice felina, num estilhaçar de lenha fulgurante que me hipnotiza. Resguardo-me não da chuva, mas do meu dilúvio.
Do dilúvio do estrangulamento, do enfartamento, do dilúvio do cansaço, da espera, da impaciência.
A mim, que sempre partilhei tudo e não guardei nada, custa-me este silêncio, esta boca amordarçada, estas mãos ligadas... Este encarceramento frustrante que pode não vir a ter fim porque a sua condição final não se verifica.
Pratico a telepatia.
E espero que as vossas aulas tenham sido tão boas quanto as minhas para que possam entender, das palavras que não pronuncio e destas linhas que escrevo, o que eu vos estou a dizer.
2 de novembro de 2008
Porquê cegamente caio num presente e num futuro que nunca será passado na tua cantiga do bandido?
Porquê quero me deixar ir nessa tua conversa mole, nos teus beijos melosos, no teu abraço que parece terno e sincero?
Será que não vês o quanto arrisco por ti? Será que não vês o quanto me arrisco?
Neste jogo tenho apostado tudo e saído vencedora.
Viciaste-me nestas apostas loucas e agora já não sei parar.
Mas tenho medo de não saber distinguir mais o certo do errado, o bom do mau, a verdade da mentira, o aceitável do insuportável.
Arrisquei e mesmo depois de ter saído magoada, acho que voltava a arriscar todas as minhas fichas no teu número.
Só em pergunto, é mesmo verdade? Será que me dizes o que sentes ou será que me dizes o que sabes que espero ouvir?
silêncio insurdecedor, mas vazio
Um silêncio que urgia em mim. Daqueles silêncios necessários para a concentração, para a reflexão profunda.
Mas quanto mais me remeti a esse silêncio, mais o barulho da minha ausência de palavras se tornou insuportável. Porque um turbilhão de emoções que não são "dizíveis" atacou o meu ser, tornando insurdecedor qualquer espaço e tempo para pensar.
Só que quando torno possível o tempo e o lugar para expressar tudo quanto pensei nestes dois meses, só me ocorre o vazio.
Durante 60 dias os meus pensamentos foram tão pouco meus que nada ficou deles dentro de mim. Por momentos não me reconheço, não revejo no eu que fui o eu que efectivamente sou.
Fui ausente, fui cinzenta, foi "fazente" não pensante...
No turbilhão das emoções insurdecedoras, não era eu quem sentia, porque não era eu quem pensava. Mas o pior, é que o "contentor" em que vivemos que nos condiciona os pensamentos continua a não me dar espaço nem tempo para o meu "eu" maior caber.
E enquanto lutamos pelo espaço que nos é devido, eu procuro não me calar.
Só que o barulho das emoções insurdecedoras em mim que não sou eu que sinto, não me deixam ouvir o que tenho para dizer... e para pensar.
2 de setembro de 2008
Sorriso das estrelas, Nicholas Sparks
Dá que pensar... Os momentos felizes são os do hoje. O amanhã é o ontem do futuro...
11 de agosto de 2008
Recusa do facilitsmo
Férias são férias e o meu tempo tem sido dividido entre o descanso milagroso dos meus lençóis e o calor de um sol mais ou menos simpático na praia sempre característica da minha terra...
Por isso, as minhas "células cinzentas" têm estado em repouso, e não tenho tido vontade de escrever umas linhas...
Agora que o sol me abandonou e que sopram ventos de mau tempo resolvi escrever alguma coisa só para não perder a prática (nem os leitores)...
Ao estar tantas horas sem nada para fazer, e como o nosso cérebro, ao contrário do nosso corpo, não pára, comecei a pensar no "facilitismo" com que as pessoas levam a vida. A nossa cultura cada vez mais é uma cultura de facilidades: somos todos instruídos numa ideia de facilitar, de não se preocupar, do resolver rápido, do não interessa.
A verdade é que a vida já é complicada e com problemas que cheguem e por vezes não há nada como algo que nos facilite a existência. Algo tão simples como uma refeição já preparada que é só aquecer... ou um telemóvel para dar um recado... ou o correio electrónico...
Mas até que ponto esta cultura de facilitismo não nos vai corromper? Até que ponto estas ideias não nos vão levar a criarmos uma geração desabituada das dificuldades, despreocupada com o que é importante, desresponsabilizada por todos dos deveres para com todos.
Quando os jovens são educados numa cultura do "fazes o que quiseres" ou do "não gostas, não comas" ou do "deita fora"; quando os pais inscrevem os filhos numa explicadora apenas para não terem de se preocupar em ajudar os filhos a resolver os trabalhos de casa e não porque não o conseguem fazer; quando os adultos não participam em instituições públicas, não apoiam o associativismo, não cumprem os seus deveres cívicos e comunitários para com todos, para que continuemos a ter uma sociedade em funcionamento, com a desculpa da falta de tempo; quando tudo isto acontece, o "facilitsmo" atinge um patamar insustentável e que provavelmente é o responsável pela desfragmentação da sociedade tal como a conhecemos hoje e como já a conhecemos em tempos.
Contra mim falo, que me rendi semi-conscientemente a esta cultura que repudio.
Porque é tão fácil...
22 de julho de 2008
Obrigatório ler
Ah, acabei por ler este artigo noutro blog, por isso remeto para a fonte que tenho! :)
17 de julho de 2008
O que sabemos uns dos outros
1- Qual a minha cor favorita?
2- Qual o meu prato preferido?
3 - Qual a minha música preferida?
4 - Qual o meu partido político?
5 - Onde é a viagem dos meus sonhos?
6- O que não gosto de comer?
7- Qual o meu livro favorito?
8 - Qual a minha loja favorita?
9 - Qual o meu maior medo?
10 - Em que estou a pensar neste momento?
Ao devolver uma resposta apercebi-me de que tenho dezenas de amigos que não saberiam responder a este questionário quanto a mim nem eu quanto a eles...
Isto fez-me pensar... o que sabemos uns dos outros? A partir de que momento eu posso dizer que conheço aquela pessoa?
Normalmente preocupamo-nos com outras coisas: idade, namorados, trabalho, passatempos, conta bancária... Mas e descobrir do que é que essa pessoa gosta? Pelo que é que se interessa?
Foi interessante fazer este exercício. Até relativamente a mim própria!
Para os mais curiosos, passei na prova, só dei 3 erros e um foi desculpado!
10 de julho de 2008
Paz
Mas sobretudo PAZ.
Ver o azul do mar para além das ondas, ver as flores e os galhos tremelicar com o ar soprado rápido pelos pulmões da mãe Natureza.
Sentir o gosto de um banho de mar, sentir o calor dum roupão quente.
Tocar a areia com os pés descalços, tocar a face do meu "tu" mais querido, tocar um pelo fofo, suave e confortável de uma gatinha ron-ron.
Mas sobretudo dentro.
Fechar os olhos e ver o coração sorrir, dar-te a mão senti-las sorrir juntas quando se tocam.
Estar, ser, e todos os restantes verbos que dizem o constante e não dizem o agora. E encarná-los com verdade, de corpo e alma, sem procurar naqueles instantes vestir-se de outro.
O mais difícil de todos os desafios é fazer companhia a si próprio. E fazê-lo em paz.
7 de julho de 2008
James Blunt - Same Mistake
Há canções que nos tocam.
Que nos marcam, que nos fazem sonhar, que nos fazem pensar.
Esta melodia simplesmente está dentro de mim!
E quem é que não comete os mesmos erros... Again and again...
23 de junho de 2008
Inacreditável!
Vi este video num blog. E não queria acreditar no que vi e ouvi.
Não podia deixar de partilhar convosco!
16 de junho de 2008
120 Pessoa(s)
Não podia deixar passar em branco o 120º aniversário do nascimento do meu poeta de eleição: Fernando Pessoa.
Homem-génio, poeta sublime, versos imortais!
«Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu?"
12 de junho de 2008
Saio desta terra.
Estrada de onde? Estrada para onde?
São cartas de outro baralho.
Hoje falo das terras por onde essa estrada passa.
E passa por muitos lugarejos sem importância, onde nunca me perco nem fico a conhecer.
Esta estrada passa por muitas curvas apertadas, por precipícios bem altos, por vales e montanhas.
Uns dias chove, o piso escorrega; noutros faz sol e até encandeia.
Apanho o piso em mau estado, apanho alguém que me atrasa o passo.
Tudo isso faz parte.
Tudo isso para passar pelas terras maiores.
Terras onde me perco por longos períodos. Terras que percorro, que vasculho, que conheço. Terras com que me identifico. Terras em que assino o meu nome numa árvore. Terras em que tiro 1000 fotos e trago uma dezena de recuerdos. Terras em que me enraízo e me confundo com a sua gente.
Terras onde ficaria feliz para sempre.
Mas um dia, o click dispara e é hora de partir.
Para trás deixo aquela minha terra. Para sempre minha, e eu para sempre sua.
Sei que não voltarei, esta é estrada de sentido único. Mas a minha marca deixei e as recordações farão sempre parte de mim.
Eu caminho assim, porque é assim que me fazem as terras por onde passo. E a força para caminhar e a coragem para ultrapassar todos os obstáculos é nas gentes que compõem essas terras que encontro.
Saio desta terra só com flor e sem raiz.
Procuro os frutos que esta terra me prometeu.
Roço o lugar-comum: a metáfora da vida e da estrada. Poderia inventar mil metáforas que nenhuma expressaria tão bem o meu sentir neste momento. Nah, cumpri o teu pedido?
Um, o ou em silêncio...
Por vezes estamos em silêncio.
Por vezes vivemos o silêncio.
Um silêncio embarassador numa sala agitada...
O silêncio calmo dum passeio campestre...
Um silêncio armado dum olhar fulminante...
O silêncio gelado no final de uma conversa acesa...
Com um silêncio grito as minhas palavras de guerra, abafo os meus medos inexplicáveis, murmuro os meus desejos infantis e segredo os meus sentimentos mais puros.
Com o silêncio, vivo o melhor e o pior do mundo e das pessoas. Porque a ausência de conversa e a ausência de ruído espelham tanto um diálogo profundo, sublime e íntimo entre duas almas (a minha, a tua ou a da Mãe-Natureza) como um monólogo surdo-mudo em que se grita o que não se tem coragem para dizer, em que se esconde o que não há coragem para viver.
Em silêncio interrogo-me sobre o silêncio em que vivo.
Porque há silêncios e silêncios...
1 de junho de 2008
Rock in Rio
Há muito que ansiava uma oportunidade de ir ver ao vivo o evento e posso garantir-vos que não me desiludi.
Espantou-me toda a organização, promoção, mediatismo e loucura que lá se encontra. Espantou-me o espaço naturalmente adequado. Espantaram-me as condições, as pessoas, os pormenores.
Fiquei deslumbrada!
E claro, fiquei deslumbrada com os concertos!!!
E por isso não poderia deixar de fazer aqui uma crítica. Uma crítica às pessoas deste Portugal, aos jornalistas do nosso país...
Porquê não fazer do que se fez bem uma notícia? Porquê só interessa o que não correu bem, o que foi tosco, o menos bom?! Porquê só interessa se a Amy estava drogada, bêbeda ou simplesmente rouca?
Se eu mandasse nos jornais, teria feito a primeira página com o concerto electrizante da Ivete Sangalo, com a abertura de um espectáculo como o Rock in Rio por um artista português como o Paulo Gonzo, com o fecho inigualável e extremamente perfeito do Lenny Kravitz.
Mas não... isso não vende, isso não interessa, não há nada para comentar.
O que importa é que a Amy Winehouse se atrasou, que estava rouca, que tinha uma mão ligada, que tropeçou e quase caiu, que chorou, que tem um hematoma, sei lá mais o quê?!!
E as pessoas que perguntam o que achei dela, se tou desiludida, e nunca me perguntam: "Gostaste do espectáculo?!".
Este espírito português mesquinho aborrece-me.
Principalmente porque não comungo desta maneira fria e "maria vai com as outras" de ver os acontecimentos nem as pessoas.
Reparem, para mim o Rock in Rio foi espectacular e se tiver de destacar alguma coisa, destaco a Ivete pelo meu gosto pessoal e o Lenny enquanto concerto extraordinário.
Mas se me obrigarem a falar da Amy o que vos vou dizer é que vi uma mulher rouca, fragilizada, que chegou à própria da hora porque foi visitar o marido à prisão, que estava mais triste do que nunca por não poder dar o seu melhor perante 100 mil pessoas e que isso me puxa à pena e não ao "enxovalhamento"! Não sei se ela estava bêbeda ou não e também não me interessa. Sei que ela não é uma Santa e que tem feito muita asneira. Mas naquele momento o que a impossibilitou de brilhar foi uma rouquidão que já aconteceu a todos os cantores... e muitos não têm o respeito pelos fãs que ela teve e simplesmente não estão para manchar a reputação, aparecendo para cantar sem voz. Numa tentativa de clarificar todas as dúvidas sobre a sua impossibilidade de cantar, a Amy apresentou-se em fraca forma, por respeito a todos. E no fim, mesmo os que são mais fãs, não hesitam em atirar pedras e destacar a sua má prestação.
Respeito muito todos os seres humanos, principalmente os que se encontram fragilizados, por isso não gostava de deixar passar isto sem dizer que o importante no Rock in Rio foi o que correu bem. E o resto... deixem-se de mesquinhices e tratem dos vossos "telhados de vidro"!
19 de maio de 2008
Obrigada!
Beijos e abraços, pelas
Risadas e choros
Inconsoláveis, mas consolados, pelas
Gargalhadas contidas e soltas com
Alegria nos momentos felizes.
Devo-vos muito, meus
Amigos!
12 de maio de 2008
Fernando Pessoa - o Génio
Rui Costa
Ao contrário de muitas, passo muitos 90 minutos pregada ao pequeno écran a vibrar com as aventuras ( e muitas desventuras) do meu clube. Estou a par do que se passa na liga portuguesa e conheço o que se passa na maioria dos campeonatos importantes aqui do velho continente. Isto sem falar da nossa Selecção, da qual sou fã incondicional!!!
Mas gosto, sobretudo, de futebol por causa do Benfica. O Glorioso! O Maior Clube do Mundo!
Somos grandes, somos enormes, mas infelizmente não temos sido bons. Isso, no entanto, é algo que vejo com tristeza e o desapontamento natural, mas que não abala a minha fé neste clube.
Porque o Benfica tem uma coisa única - MÍSTICA!
A mística é indescritível e só pode ser sentida por um benfiquista de alma e coração. É o nervoso miudinho antes do jogo; são os gritos eufóricos e esperançados de golo, ainda que a bola passe a 10 metros da baliza; é o espírito familiar entre adeptos num jogo ao vivo, em que todos sorriem, todos se falam; é um estádio com 55 mil pessoas a fazer a "onda"...
A mística é ficar em 4º lugar e sair do estádio a sorrir, porque estamos todos juntos pelo nosso clube!
Ir à Luz ontem foi deveras especial para mim. Se gostar de futebol se deve a tudo isto, deve-se igualmente a Rui Costa. Rui Costa foi durante todo este tempo e sempre será o meu jogador favorito. Acompanhei ainda muito pequena o início da sua carreira no Benfica e a ida para Itália. Fiquei muito triste, mas segui de longe os golos marcados, os troféus alcançados e os sucessos conseguidos. Tive pena por ele, por não ter conseguido chegar a um clube com a projecção de um Barça, por exemplo, que lhe garantisse o seu lugar merecido entre os melhores do Mundo. Vibrei o golo marcado no amigável Benfica-Fiorentina e nunca mais me hei-de esquecer as lágrimas de verdadeiro benfiquista que o Rui chorou. A partir desse momento, o Rui tornou-se o meu ícon no mundo do futebol e desde aí surgiu o meu sonho de ver o Rui de volta vestido de vermelho e branco.
Assim, com o Rui voltou a minha alegria e a verdadeira mística do Benfica renasceu. Não há jogador que tenha a classe, a qualidade, a sensibilidade, a humildade, e, ao mesmo tempo, o carisma do Rui. O maestro foi sem dúvida um dos grandes símbolos, a face da nação benfiquista. Daí que ontem tenha sido com pesar que assisti ao último jogo do meu ídolo. Aplaudi, gritei, acenei de pé, pulei e fiz tudo ao meu alcance para apoiar aquele a quem devemos muito.
O Rui teve uma saída em grande. Merecida, bonita, emocionante. Cheia de mística, como ele.
E estou contente por ter contribuído para ela.
Obrigada Maestro!
9 de maio de 2008
Porquê?
Porquê o vento acalma, mas não pára, não dando tempo às águas para sossegarem, para regressarem ao imenso mar-mãe?
Porquê o desespero se sente mesmo quando se vê a saída? Porquê se tem medo de seguir o caminho, porquê apesar dos tropeços avançamos? Ou será que não?
Porquê o fruto mais doce do pomar, o mais delicioso, pode amargar aos poucos sem que notemos?
Porquê não podes ser sempre, para sempre, doce?
28 de abril de 2008
Notícia espantosa
A Ericeira, a minha Ericeira, foi multada! A nossa Junta de Freguesia, que tanto tem feito em prol do bem ambiental foi multada pelas acções ecológicas que tem desenvolvido.
Neste momento, pouco me aquecem as cores políticas e muito menos me amolece a necessidade de receitas do Estado. A ponderação financeira, de meia-dúzia de tostões (que é do que se trata por referência às contas do Estado), está a sobrepôr-se a uma inestimável mais-valia que aqui temos conseguido à custa da imaginação, inovação, vontade e esforço da nosso Junta.
A Justiça falha aqui pelas mãos da ASAE.
Deixem as nossas viaturas em paz, deixem lá o dinheirinho...
Pois, a gasolina dava mais jeito, não era? Tanto imposto perdido...
26 de abril de 2008
25 de abril de 2008
As mãos
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967
18 de abril de 2008
Ser diferente
Frase simples e semânticamente neutra carregada de conotações negativas.
Normalmente usamos esta frase quando as pessoas agem de forma inesperada daquilo que previmos, de acordo com o ficheiro a que cada um corresponde na nossa cabeça.
Só que as pessoas não são ficheiros, são pessoas. E enquanto pessoas evoluem, não se coadunam com uma informção inscrita e esquecida nos baús da memória. O nosso conhecimento dos outros tem de ser actualizado, para que nada nos escape e possamos reconhecer sempre as pessoas que nos rodeiam.
No entanto, esta frase não deixa de ser verdade - estamos sempre diferentes. Diferentes de há 6 meses, 1 ou 5 anos. Diferentes, porque, desse ponto de partida para cá, vivemos, e a vida transforma as pessoas, transforma o que pensamos dela, dos outros e de nós próprios.
Afinal estamos sempre a mudar, e cada conversa, cada momento, cada fase, cada lição altera o nosso modo de viver e de pensar e não há ninguém em consciência que não veja isso.
Por isso, é verdade, estamos diferentes.
O importante é irmo-nos conhecendo sempre ao longo do caminho.
11 de abril de 2008
Verdadeiramente mentirosos
Esta regra é ensinada hipocritamente pelos adultos às criancinhas, numa tentativa vã de controlar o que estas fazem, e o que lhes é feito. Enquanto a criança não mentir, os responsáveis poderão sempre perguntar e ficar a saber tudo o que se passa no seu dia-a-dia.
Até que um dia a criança ouve a mesma pessoa dizer uma mentira.
É-lhe explicado que neste caso não se podia dizer a verdade, que é uma situação sem precedentes nem exemplo.
A criança até acredita, mas cresce.
E quando cresce descobre que toda a gente mente.
Há sempre uma situação que leva alguém a mentir.
Obviamente que há mentiras e mentiras.
As grandes, as de perna curta, as piedosas, as mentirinhas e as maldosas.
Mas a verdade é que todos mentem. E aqueles que dizem que não o fazem, começam exactamente nesse momento a mentir.
Há situações em que a mentira não tem desculpa. São aquelas em que a mentira serve para não ter trabalho, para não ter cuidado. São aquelas em que a verdade surtiria o mesmo, ou melhor efeito, se fosse dita de uma forma meiga, ou cuidada, ou calma.
Às vezes, as pessoas aguentam e apreciam mais a sinceridade do que julgamos e preferem uma verdade dolorosa a uma mentira ligeira.
Porém, a mentira pode ser um mal menor. Naquelas situações em que a verdade traria prejuízos irreparáveis às relações entre humanos, prejuízos evitáveis e desnecessários. Ou porque a verdade não é nossa, ou porque simplesmente não tem importância.
Com sinceridade, felizmente, de quando em vez, somos uns grandes mentirosos!
7 de abril de 2008
Conversas na esplanada!
Sorriem, gesticulam, tocam-se levemente.
Falam baixo, sussurram, inclinam-se para trás e para a frente para se fazerem ouvir.
Olham-se nos olhos, esquecem quem as observa.
O assunto até pode ser banal, mas naquela conversa trocam-se mais do que palavras.
Trocam-se olhares, ideias, emoções, sentimentos.
quem de longe espreita conclui: "São namorados" ou "são amigos íntimos".
Podem ser isso tudo...
As mesmas duas pessoas conversam.
O seu olhar perde-se em pormenores do ambiente que os rodeia: alguém que entra no bar, um café que é servido, o papel do açúcar rasgado com as mãos.
Os silêncios são embaraçosos e tal nota-se pelo posicionamento dos "conversadores", afastados, com os troncos apontados em direcções opostas.
Quando os olhos se cruzam, disparam faíscas, as bocas abrem-se e atropelam-se palavras armadas.
O tom é alto, suficientemente alto para ser intercalado por um "shiu!, fala mais baixo, estão todos a olhar...".
O assunto até pode ser banal, mas naquela conversa trocam-se mais do que palavras.
Trocam-se olhares, ideias, emoções, sentimentos.
Quem de longe espreita conclui: "São namorados" ou " são amigos íntimos".
Podem ser isso tudo...
Isto é ser-se constante ou inconstante?
6 de abril de 2008
Cancún
Alegria, risadas, maravilhada, calor, clicks, descanso, Cancún.
Sono, seca, risadas, calor, clicks, música, bebida, Cancún.
Passeios, confidências, risadas, clicks, banhos, festa, Cancún.
Grupos, amizade, risos, choros, carinhos, abraços, Cancún.
Nostalgia, saudade, risadas, sorrisos, música, segredos, Cancún.
Se estas palavras puderem descrever o que vivi...
Vocês, os 9, ao lerem isto, saberão identificar-se com as palavras que servem a cada um!
Beijos
4 de abril de 2008
Best Friend
Mas o sentimento é o mesmo...
Best Friend
Amy Winehouse
Composição: Amy Winehouse
I can't wait to get away from you
And surprisingly you hate me too
We only communicate when we need to fight
But we are best friends...right?
You're too good at pretending you don't care
There's enough resentment in the air
Now you don't want me in the flat
When you’re home at night
But we're best friends right?
You’re Stephanie and I'm Paulette
You know what all my faces mean
And it's easy to smoke it up, forget
Everything that happened in between
Nicky’s right when he says I can't win
So I don't wanna tell you anything
I can't even think about
How you feel inside
But we are best friends, right?
I don't like the way you say my name
You're always looking for someone to blame
Now you want me to suffer just cause
You was born wide
But we are best friends right?
You’re Stephanie and I'm Paulette
You know what all my faces mean
And its easy to smoke it up, forget
Everything that happened in between
So I had love for you when I was 4
And there's no one I wanna smoke with more
Someday I'll buy the Rizla, so you get the dro
Cause we are best friends right, right, right, right?
Because we are best friends right?
Because we are best friends right?
2 de abril de 2008
Regresso a casa
Voei alto e longe. Toquei o paraíso. Um paraíso incompleto, com defeitos e problemas, com falhas e faltas, como tudo aquilo que vive na Terra dos Homens. Mas ainda assim um paraíso.
Regressei mais rica, apesar do dinheiro gasto. Rica em vivências, rica em memórias, rica em "estórias", rica em amigos.
Deixei por lá palavras desprendidas e impulsivas, mágoas escondidas e tudo o que de menos bom possa ter vivido. Comigo na bagagem veio apenas o "muy precioso"! Livrei-me de tudo o que é supérfluo. Trouxe a amizade verdadeira, as histórias sussurradas, as gargalhadas sonoras, o sol na pele e o cansaço gostoso do corpo que ainda lembra o que o desgastou.
No entanto, a minha volta é feliz. Por regressar a casa, por voltar a poder partilhar com os que mais amo tudo quanto vivi.
Obrigada aos (9) que me proporcionaram este maravilhoso paraíso.
Obrigada a vocês que cá ficaram, mas seguiram a par e passo todas as minhas "aventuras"!
VOLTEI
21 de março de 2008
Aqui vou eu!
Parto para o descanso merecido, ansiado.
Parto para o paraíso, para o sonho de tantas noites, para o sonho-realidade.
Estou feliz e a felicidade de ter na mão o que desejamos por tanto tempo faz-me ter medo de não conseguir consciencializar-me da grandeza de tudo isto, da verdade do que vivo.
Parto de férias por uma semana.
O meu mundo ficará à minha espera, assim como este blog.
Até lá, voo ao encontro do céu!
4 de março de 2008
Língua Portuguesa
Ora vejam
"LER EM VOZ ALTA
Três bruxas olham para três relógios Swatch. Qual bruxa olha para qual relógio Swatch?
E agora em inglês:
Three witches watch three Swatch watches. Which witch watch which Swatch watch?
Foi fácil? Então agora para os especialistas.
Três bruxas suecas e transsexuais olham para os botões de três relógios Swatch suíços. Qual bruxa sueca transsexual olha para qual botão de qual relógio Swatch suíço?
E agora em inglês:
Three Swedish switched witches watch three Swiss Swatch watch switches.Which Swedish switched witch watch which Swiss Swatch watch switch?
Conseguiram? Não? Então parem de dizer que a Língua Portuguesa é complicada!"
Obrigada Paulinha!
3 de março de 2008
Arrependimento
2 de março de 2008
casca, gomos, graínhas.
Aí sim, desvendas o meu verdadeiro sabor,
a minha essência profunda.
Toldado, tomas o todo pela parte,
julgas não precisar de procurar,
segues cego, vendo só o que gostarias de ver
mas o que vês não sou eu,
é um reflexo composto de mim própria
que criaste à minha revelia, sem que possa fazer nada para impedir
Há quem me conheça
Os sorrisos,
Os silêncios,
Os olhares,
Os pensamentos que calo,
A essência que não consigo pôr em palavras nem demonstrar em actos.
A alma,
O meu ser...
E tu?
Quando falas sobre mim a que meu eu te referes?
O que amas de mim?
Não basta amar a parte e imaginar o todo.
Não serve esconder o eu, para amar a parte.
Cedo ou tarde, tudo emerge,
Terás a força suficiente
para repetir amo-te?
29 de fevereiro de 2008
Lado solar
Despertei tímida e fui ganhando força.
Apresentei-me irradiando alegria perante as nuvens cinzentas que foram surgindo.
Dissipei com sorrisos todas as tentativas de me encobrir.
Porque hoje é dia de luz, e não há tempestade que me vença, nem tormenta que me ofusque.
28 de fevereiro de 2008
Pensamentos nocturnos
À noite, no escuro, parece que os nossos pensamentos ficam mais turvos, mais negros, como se a luz do Sol tivesse o condão de os iluminar e transformar em pensamentos mais lógicos, mais frescos, melhores. Deve ser a isto que se chama "iluminado"...
De noite, o meu cérebro não dá tréguas, remexe num infinito labor, procurando respostas, ou fugindo delas.
Abro os olhos, e só vejo negrume. Não sei se porque está escuro, se é para dentro de mim que olho.
Quero soltar-me da vida e cair no sonho. Não porque sonhar neste momento melhore alguma coisa, mas porque amanhã não me devo lembrar do que sonhei. Enquanto durmo, a minha alma sossega da dor cruel que o meu cérebro lhe induz.
Pensar no escuro torna tudo triste e pesado, um fardo insuportável, uma angústia indescritível.
Se tenho que pensar, que seja à luz, que me ilumina os mecanismos do cérebro, que me faz pensar bem, até cair na dormência salvadora do sono.
27 de fevereiro de 2008
Momentos perfeitos
Vejam-no aqui
25 de fevereiro de 2008
Ir
Não sei se comece por arrumar ideias ou bagagem. Não sei se comece, planeando tudo ao pormenor, ou se me deixo ir na maré. Não sei se me ria, porque vou, se chore, porque está quase a terminar. Não se me exalte de excitação, se me retraia de receio, de nervoso, de saudades.
Viver é um misto de sentimentos. Quando desejamos muito uma coisa na vida, quanto mais ela se aproxima, mais nutrimos quanto a ela sentimentos contraditórios e emoções inexplicáveis.
Daqui a menos de um mês vou de viagem.
Uma viagem sonhada, planeada há muitos anos, com amigas, amigos, conhecidos, colegas. Vou para o calor, mas vou sobretudo para "premiar-nos", para "comemorar-nos", por aquilo que somos, por aquilo em que nos tornámos, por tudo quanto conseguimos.
Calculo que seja este o misto que uma viagem de finalistas provoca em todos os que levaram 5 anos a terminar a licenciatura, depois de muita luta!
Este é o primeiro marco do fim; um fim desejado, mas temido e doloroso que é o sair da faculdade!
21 de fevereiro de 2008
Questionário!
Achei a ideia muito original, sobretudo porque leva a respostas no mínimo peculiares.
Se têm dúuvidas, dêem uma espreitadela aqui.
Assim, resolvi tentar a minha sorte.
Querem ver?!
Pick an artist: Jack Johnson
1.) Are you a male or female? Same girl
2.) Describe yourself: She's only happy in the sun
3.) How do you feel about yourself: Never know
4.) Describe where you currently live: Home
5.) If you could go anywhere, where would you go: Stars
6.) Your best friend is: Angel
7.) Your favorite color is: Rainbow
8.) You know that: You're missing me
9.) What's the weather like? Sunshine
10.) If your life was a television show, what would it be called? Upside down
11.) What is life to you? Questions
12.) What is the best advice you have to give? Go on
13.) If you could change your name, what would you change it to? Jack Kerouac
As respostas obviamente estão apenas relacionadas como título, não procurei responder com verdade com base na letra. O objectivo final era apenas encontrar respostas que fossem engraçadas!
18 de fevereiro de 2008
Lisboa
Fez lembrar os tempos em que a cidade era uma fortaleza impenetrável! Senti-me qual moura, tentando penetrar no recém-reino de D. Afonso Henriques.
Isto para dizer que demorei 3h 30 para fazer um trajecto que, de carro em dia normal, demora pouco mais de 30 minutos e tudo por culpa da chuva que tornou as entradas em Lisboa intransponíveis e fez perder a paciência a milhares de portugueses!
Oh São Pedro, não nos pregue mais partidas destas...
14 de fevereiro de 2008
Tentativa frustrada. Não consegui escrever duas linhas seguidas que pudessem alguma vez ser publicadas aqui.
Escrevi sem sentido, escrevi torto. As palavras não eram racionais, saíam desarticuladas numa amálgama sem ordem. Pensei, estudei, mas nada.
Decidi que diria apenas isto: o modo como procurei contar-vos o amor foi errado, porque o amor não pode ser com verdade posto em palavras sem perdermos alguma parte do todo!
Portanto, desisti, deixo ao vosso critério o conteúdo deste post.
7 de fevereiro de 2008
Liberdade
Agora, é com o espírito muito mais livre que sigo em frente. Senti efectivamente o sabor da liberdade, a abertura do encarceramento no qual voluntariamente entrei, mas cuja chave julgava perdida. A minha mente pôde então vaguear por todo o espaço imenso da imaginação, percorrer todos os caminhos, sem linha recta nem destino. Pude novamente ser livre, no verdadeiro sentido da liberdade pessoal, a liberdade de pensamento.
Quando a mente está desocupada, verdadeiramente desocupada, sem muros, nem paredes, nem orientações sobre o que deve pensar, o corpo é mais leve, a vida é mais leve e sentimo-nos quase flutuar.
Deve ser isto a felicidade, a mais (neste caso) "pura" leveza do ser.
31 de janeiro de 2008
Escolhas
A decisão está sempre presente na nossa vida, em todos os segundos. Porquê algumas custam tanto a tomar? Porquê quando temos de tomar uma decisão importante não dormimos como deve ser, não comemos, não relaxamos nem sossegamos nem deixamos todos os que estão à nossa volta fazerem-no?
O ser humano é realmente complexo... Tenho de pesar três e quatro vezes todos os prós e os contras, tenho de pensar e repensar todos os conselhos e pô-los na prática e tudo isto porquê?
Na verdade, a decisão que tomarmos é a certa. Porque nunca saberemos como teria sido se tivessesmos seguido outra escolha.
No fundo, a decisão é «um não se saber para onde se vai, mas saber-se que não se vai por aí» (adapt. José Régio).
Escola de Música do Conservatório Nacional
Eu sei! Isso é impossível! Que despautério? 'Tás a gozar?!
Não se assustem, ainda não chegamos a tanto.
Mas neste momento decorre um processo para uma decisão que parece impossível, que é um despautério, e não 'tou a gozar!
Ninguém fala, ninguém sabe, mas este país que tanto busca pela civilização, pelo desenvolvimento, pela cultura, arrisca-se a ficar sem músicos! E tudo porque os actuais alunos da Escola de Música do Conservatório Nacional arriscam-se a vir todos para a rua!!
Está em marcha uma reestruturação da escola que levará à tomada de várias medidas, entre as quais abrir a escola só para os que estão em harmonia com o plano de curso académico, ou seja 5º ano de escolaridade, 1º ano de conservatório.
Concordo, está certo.
O problema é que na decorrência disto podem decidir que todos os alunos que não estão nestas circunstâncias saiam e percam todos os anos que já fizeram de conservatório, tenham de voltar para a escola normal a fim de terminar o secundário e percam todos os anos da sua vida que investiram no sonho da música! e até que os novos que vão entrar se formem músicoa ainda vão 8 anos pelo que arriscamo-nos a perder uma geração de músicos portugueses.
Não posso ficar calada, e todos sabem que não costumo vir para aqui criticar as políticas do Governo, mas peço que divulguem esta barbaridade que estão a fazer àqueles miúdos que não têm culpa da mudança. A decisão vai ser tomada dia 11. Espero que seja uma boa decisão.
Peço favor de divulgarem este assunto, porque ninguém fala disto, porque não sabe!
Obrigada
22 de janeiro de 2008
Liderança e gestão - 5 lições de outro!
Lição No.1 - Gestão do Conhecimento
Um homem entra no banho enquanto a sua mulher acaba de sair dele e se enxuga. A campainha da porta toca. Depois de alguns segundos de discussão para ver quem iria atender, a mulher desiste, enrola-se na toalha e desce as escadas. Quando abre a porta, vê o vizinho Bob na soleira. Antes que ela possa dizer qualquer coisa, Bob diz:
- Dou-lhe 800 EUR se deixar cair essa toalha. Depois de pensar por alguns segundos, a mulher deixa a toalha cair e fica nua. Bob, então, entrega-lhe os 800 EUR prometidos e vai-se embora. Confusa, mas excitada com sua sorte, a mulher enrola-se novamente na toalha e volta para o quarto. Quando entra no quarto, o marido grita do chuveiro:
- Quem era?
- Era o Bob, o vizinho da casa ao lado - diz ela.
- Óptimo! Deu-te os 800 EUR que me estava a dever?
Moral da história: Se compartilhares informações a tempo podes evitar exposições desnecessárias!!!
Lição No.2 - Chefia e Liderança
Dois funcionários e o gerente de uma empresa saem para almoçar e na rua encontram uma antiga lâmpada a óleo. Esfregam a lâmpada e de dentro dela sai umgénio. O génio diz:
- Só posso conceder três desejos, por isso,concederei um a cada um de vós.
- Eu primeiro, eu primeiro - grita um dos funcionários
- Queria estar nas Bahamas a pilotar um barco, sem ter nenhuma preocupação na vida!
Puf! E lá se foi. O outro funcionário apressa-se a fazer o seu pedido:
- Quero estar no Havaí com o amor da minha vida e um provimento interminável de pinas coladas!
Puf e lá se foi.
- Agora você - diz o génio para o gerente.
- Quero que aqueles dois voltem ao escritório logo depois do almoço - diz o gerente.
Moral da História: Deixe sempre o seu chefe falar primeiro.
Lição Nº 3 - Zona de Conforto
Um corvo está sentado numa árvore o dia inteiro sem fazer nada. Um pequeno coelho vê o corvo e pergunta:
- Posso sentar-me como tu e não fazer nada o dia inteiro?
O corvo responde:
- Claro, por que não?
O coelho senta-se no chão, debaixo da árvore e relaxa. De repente, uma raposa aparece e come o coelho.
Moral da História: Para ficares sentado sem fazeres nada deves estar sentado bem no alto.
Lição Nº 4 - Motivação
Em África, todas as manhãs, uma gazela ao acordar, sabe que deve conseguir correr mais do que o leão se se quiser manter viva. Todas as manhãs, o leão acorda e sabe que deverá correr mais do que a gazela se não quiser morrer de fome.
Moral da História: Pouco importa se és gazela ou leão, quando o sol nascer deves começar a correr.
Lição Nº 5 - Criatividade
Um fazendeiro resolve colher alguns frutos da sua propriedade. Pega num balde vazio e segue para o pomar. No caminho, ao passar por uma lagoa, ouve vozes femininas que provavelmente invadiram as suas terras. Ao aproximar-se lentamente, observa várias raparigas nuas banhando-se na lagoa. Quando elas se apercebem da sua presença, nadam até à parte mais profunda da lagoa e gritam:
- Nós nãovamos sair daqui enquanto não se for embora.
O fazendeiro responde:
- Não vim aqui para vos espreitar, só vim dar de comer aos jacarés !
Moral da História: É a criatividade que faz a diferença na hora de atingirmos nossos objectivos.
18 de janeiro de 2008
O Sétimo Selo
Este foi o último companheiro de altas horas da noite, de cinco minutos antes de sair de casa, do café na esplanada... Foi o último livro que li e também o último publicado deste autor que tanto aprecio.
Primeiro uma nota ao autor: de escrita fácil e compreensiva, descritiva q.b., dinâmica e moderna, José Rodrigues dos Santos é fácil de agradar. É sem dúvida um dos meus eleitos na literatura que chamo "de entreter".
Escolhi dedicar um post a este livro não porque seja o meu preferido (nem de todos, nem do autor), mas porque o achei muito bom e muito acutilante. Seria recomendável que todas as pessoas o pudessem ler. Porquê?
Porque denuncia de uma forma sustentada, demonstrada e com bases científicas o futuro do nosso planeta, o futuro das nossas vidas e isto a um prazo muito mais curto do que o esperado.
Não sou ecologista activa nem nunca me tinha interessado de modo especial por este tema, mas, sem entrar demasiado na "estória" do livro para não desvendar surpresas, gostaria que soubessem que me senti arrepiada, assustada e totalmente surpreendida com aquilo que se poderá passar à nossa volta.
A mensagem é pessimista e creio que as coisas podem não ser rigorosamente do modo como são pintadas no livro. Mas nunca é demais a informação nestas áreas. Este livro tem a vantagem de a prestar de uma forma tão interessante que ficamos presos a ele até à última linha!
Fica então a sugestão de leitura!
Diz que até não é um mau blog!
2. Somente se recebeu o "Diz que até não é um mau blog", deve escrever um post contendo: a indicação da pessoa que lhe deu o prémio com um link para o respectivo blog; O tag do prémio; As regras; E a indicação de outros 7 blogs para receberem o prémio.
3. Deve exibir a tag do prémio no seu blog, de preferência com um link para o post em que fala dele.
15 de janeiro de 2008
Carnaval
Tenho de confessar que sou adepta incondicional desta época. Adoro a loucura, adoro a diversão, adoro o espírito.
No Carnaval, o mundo é livre e as pessoas são o que querem - vestem-se como querem, nada é ridículo, somos crianças de novo e ninguém leva a mal!!!
Mas o mais divertido é a preparação das noites carnavalescas (sim, porque sou uma carnavalesca noctívaga, não costumo ir aos desfiles durante o dia), é o comprar dos tecidos, os cortes todos tortos, feitos em cima do joelho, a máquina de costura nas mãos de quem nem sabe pregar um botão, as risadas incontroláveis quando tudo corre mal e o resultado final, completamente estapafúrdio e engraçado!!!!
Só tenho pena de uma coisa: embora Portugal tenha tradição de brincar ao Carnaval, cada vez mais há um recurso ao estilo dos nossos irmãos brasileiros, com o descurar da nossa própria maneira de o viver. As bailarinas brasileiras andam semi-nuas porque no Brasil em Fevereiro e Março faz calor. Ora, custa-me ver aquelas bailarinas portuguesas, todas arrepiadinhas, na Madeira e na Figueira da Foz, para dar dois dos muitos exemplos, só de biquini, para imitar as brasileiras a sambar, quando o nosso costume é muito mais o fato do palhaço, do cowboy, do chinês, do zorro e afins...
Ainda não posso revelar quais os meus trajes para este ano, mas para adoçar os curiosos informo que o tema do Carnaval de Torres Vedras é a Banda Desenhada e que, normalmente, seguindo a tradição, me mascararei a rigor!
7 de janeiro de 2008
A velhice
Neste novo ano há um assunto que martela na minha cabeça, fruto de uma frase lida no livro de cabeceira, e para o qual ainda não encontrei uma resposta convincente: o que é a velhice extrema? Como podemos entendê-la, aceitá-la, vivê-la, quer na pele dos nossos, quer um dia na nossa própria pele?
É um assunto que me assusta deveras... Não porque tenha receio das rugas, das dores no corpo, na dificuldade em fazer a vida que hoje faço. Assusta-me, porque neste momento não consigo conceber que a idade possa atrapalhar a minha vida. Quando digo atrapalhar, refiro-me a impossibilitar uma vida auto-suficiente, uma vida com um mínimo de autonomia e dignidade.
Com a idade, a vida muda e adequa-se a cada fase. Mas na última de todas as fases, já não há possibilidade de nos habituarmos e de nos adequarmos... Não há esperança, não há melhoras, o fim certo e breve é a morte. Mas até que esta chegue, a vida torna-se um inferno. Alguém se consegue imaginar a estar todos os dias às voltas nos corredores de um lar sem perceber que o faz? Alguém consegue imaginar-se a não conseguir lavar-se sozinho, a não conseguir ir a casa-de-banho sozinho? Alguém consegue imaginar-se a ir à rua e não saber voltar para casa dentro do próprio bairro onde sempre morou?
Este futuro não está reservado a todos. Os avanços da medicina trouxeram-no só para alguns daqueles que irão morrer de velhos.
A velhice extrema é um conceito que não entendo, e ainda não consegui aceitar. É uma fase que me magoa e me entristece. O sentimento quando olho para os velhotes é de uma pena infinita e de uma vontade de ajudar incontrolável.
O mal de tudo isto é que as ajudas são possíveis... mas não fazem milagres...