27 de maio de 2010

Preconceitos...

Os olhos vivos chamam a minha atenção. Assim como o sorriso e o "gingar" descontraído de quem não está "nem aí".


Vagueia alheio às atenções que vai despertando, enquanto bem atenta vejo que ela vai captando os olhares discretos em redor, tentando descodificar se são apenas para ele ou se são para ambos, e para o seu contraste evidente, e sorri como quem olha para isso mais como uma vantagem do que um problema.

O olhar dele não nota nada de estranho, mantém-se focado nas linhas do seu cabelo, envia beijos quentes para o seu pescoço, percorre desconcertantemente a linha do ombro que ela deixa de fora da blusa, absorto naquele momento só deles, invejosamente só deles, num equilíbrio impensavelmente lógico nas regras sem regras de quem ama.

Invejo a forma despreocupada como se ele mexe, o olhar absorto, o pensamento obstinado e o estilo de vida egoisticamente orientado para o seu desejo e paz interior, não notando o olhar crítico do preconceito social que tenta incansavelmente romper a barreira da felicidade que o amor criou à sua volta.

Sendo assim, é tão fácil ser feliz, contra tudo e contra todos!

10 de maio de 2010