Não tenho tido muito tempo para o blog.
Férias são férias e o meu tempo tem sido dividido entre o descanso milagroso dos meus lençóis e o calor de um sol mais ou menos simpático na praia sempre característica da minha terra...
Por isso, as minhas "células cinzentas" têm estado em repouso, e não tenho tido vontade de escrever umas linhas...
Agora que o sol me abandonou e que sopram ventos de mau tempo resolvi escrever alguma coisa só para não perder a prática (nem os leitores)...
Ao estar tantas horas sem nada para fazer, e como o nosso cérebro, ao contrário do nosso corpo, não pára, comecei a pensar no "facilitismo" com que as pessoas levam a vida. A nossa cultura cada vez mais é uma cultura de facilidades: somos todos instruídos numa ideia de facilitar, de não se preocupar, do resolver rápido, do não interessa.
A verdade é que a vida já é complicada e com problemas que cheguem e por vezes não há nada como algo que nos facilite a existência. Algo tão simples como uma refeição já preparada que é só aquecer... ou um telemóvel para dar um recado... ou o correio electrónico...
Mas até que ponto esta cultura de facilitismo não nos vai corromper? Até que ponto estas ideias não nos vão levar a criarmos uma geração desabituada das dificuldades, despreocupada com o que é importante, desresponsabilizada por todos dos deveres para com todos.
Quando os jovens são educados numa cultura do "fazes o que quiseres" ou do "não gostas, não comas" ou do "deita fora"; quando os pais inscrevem os filhos numa explicadora apenas para não terem de se preocupar em ajudar os filhos a resolver os trabalhos de casa e não porque não o conseguem fazer; quando os adultos não participam em instituições públicas, não apoiam o associativismo, não cumprem os seus deveres cívicos e comunitários para com todos, para que continuemos a ter uma sociedade em funcionamento, com a desculpa da falta de tempo; quando tudo isto acontece, o "facilitsmo" atinge um patamar insustentável e que provavelmente é o responsável pela desfragmentação da sociedade tal como a conhecemos hoje e como já a conhecemos em tempos.
Contra mim falo, que me rendi semi-conscientemente a esta cultura que repudio.
Porque é tão fácil...
11 de agosto de 2008
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